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A indústria no Brasil


Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico da AGENDE - Agência de Desenvolvimento e Inovação de Guarulhos

A queda da participação da Indústria no Produto Interno Bruto é preocupante, não tão distante, o setor era responsável por mais de 30%, agora declinou para menos de 15%, de acordo com os últimos resultados do IBGE.
Entre os vários motivos destacados, alguns são estruturais e outros de característica pontual, como principais vilões desta história estão o custo do dinheiro, infraestrutura inadequada, impostos, energia e mão de obra, além do câmbio valorizado.
No que concerne aos impostos, para exemplificar, cabe à informação de um estudo do IPEA que diagnosticou de que em 2009 a redução do imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi responsável diretamente por 20,7% das vendas, que se observaram entre janeiro e novembro do mesmo ano, desta forma, fica evidente o forte impacto do componente fiscal.

Considerando que para transformar é necessário energia,  a tendência não é animadora. O problema de transmissão de energia elétrica não será resolvido no curto prazo, e a nossa matriz não consegue responder com eficiência as necessidades das empresas, os investimentos em termoelétricas não são proporcionais à demanda.
Para efeito comparativo, na última década os custos associados à energia elétrica subiram cerca de 246 % aqui no Brasil, contra 35,3% nos EUA. Além do mais, uma pesquisa feita pela Federação das indústrias apresentou a informação de que temos a quarta tarifa de energia industrial mais cara, atrás somente  da Turquia, República Tcheca e Itália. Em média, a indústria brasileira paga R$ 329 por megawatt-hora (MWh), quase 50% a mais que a média mundial.

Também, não é novidade que a nossa infraestrutura logística que envolve portos, aeroportos e estradas precisa percorrer um longo caminho para dotar o País da competitividade necessária, os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento são aguardados com ansiedade para permitir a redução do custo Brasil.

O custo da Mão de obra é outro fator preocupante, dado que a produtividade no País vem caindo e o encarecimento do custo unitário do trabalho, atingindo mais de 90% na indústria a partir de 2003. Para citar um exemplo, convém um comparativo feito pela indústria automobilística que aponta que a mão de obra incluindo encargos, custa R$ 12,57 por hora no Brasil, enquanto no México é de R$ 6,1 por hora, na China, R$ 3 por hora, e na Índia, de R$ 2,84 por hora. Esse aspecto é bastante sensível à valorização cambial, que com a valorização do real, encareceu o custo do trabalho. A qualidade do trabalhador, ou seja, a mão de obra qualificada ainda não é ideal, precisando de processos de qualificação para atender a novos desafios.
Espera-se que o Governo que tem desenvolvido bons diagnósticos, atue no processo de organização e indução de investimentos no setor, permitindo melhorar a competitividade da nossa indústria.




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