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Brasil prevê superar meta global de aporte em inovação

DCI - 08/02/2011

O Brasil deverá ultrapassar a média mundial (2%) em investimentos em inovação tecnológica até o final do governo da presidente Dilma Rousseff. A afirmação é do ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. "No início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há oito anos, tínhamos investimentos de 0,8% em tecnologia de inovação, o ano passado encerramos com 1,53%, a meta é alcançar a média mundial até o final do governo Dilma", pontuou o ministro.

Questionado sobre a equiparação dos investimentos no setor com os demais países do BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China - Mercadante argumentou que a trajetória de crescimento neste item foi surpreendente e que a meta é aumentar cada vez mais os investimentos. "Queremos cada ano investir mais, traçar metas e projeções para igualar os níveis de investimentos tecnológicos dos demais BRIC ainda não é possível", declarou.

"Com os padrões tecnológicos mais avançados, as exportações e importações do País devem apresentar resultados inversos, ou seja, devemos vender ao exterior produtos com maior valor agregado e passarmos a comprar menos produtos desta categoria, uma vez que a produção interna irá atender a demanda do País", argumentou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

Durante encontro na Confederação Nacional da Industria (CNI), em São Paulo, executivos das maiores empresas brasileiras, como Vale e Siemens, questionaram e apresentaram soluções para que o Governo Federal possa ampliar a competitividade dos produtos nacionais por meio da ampliação tecnológica dos parques industriais.

"Temos uma oportunidade ímpar de moldar nosso futuro, com um ciclo de crescimento virtuoso, por meio da demanda asiática por matérias-primas, o novo patamar do consumo brasileiro e os investimentos e gastos em infraestrutura. Hoje, vemos que quanto maior a intensidade tecnológica do setor industrial, maior o déficit para o Brasil", ressaltou Pedro Passos, presidente do Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial (Iedi).

De acordo com Passos, precisamos investir em qualificação profissional, reduzir a zero os gargalos de infraestrutura, garantir o equilíbrio das contas externas, elevar a competitividade da indústria e reduzir a valorização cambial. "Não andamos na velocidade do mundo e não temos uma agressiva agenda econômica de suporte à inovação. Nossa produtividade é baixa frente às economias desenvolvidas, este já é um sinal claro", frisou.

Frente a isto o ministro Pimentel afirmou "esperar uma mudança no patamar do câmbio é uma ilusão". Ele acrescentou que países fortes têm moeda forte e que esse, hoje, é o caso do Brasil. "Não devemos ter a ilusão de que o cenário vai mudar em relação ao câmbio, o nosso câmbio não vai se desvalorizar de uma hora para outra."

"Não devemos ter a ilusão de que nós vamos ganhar a competição com os produtos asiáticos que importamos, impondo à nossa força de trabalho às condições asiáticas de trabalho, salário e remuneração. Isso não vai existir", disse Pimentel.

Segundo Pimentel, o Ministério da Fazenda e o Banco Central estão adotando medidas necessárias para assegurar que o câmbio se mantenha num "nível razoável". "Mas um nível razoável sempre será um câmbio muito mais valorizado do que aquele de décadas passadas."

"Há dois anos, tínhamos um superávit comercial importantíssimo na indústria. Não foi a inovação que avançou no mundo todo e não avançou aqui", afirmou. "O que houve foi uma gravíssima crise internacional. Há uma recessão internacional e os países estão buscando sair da recessão desovando seus estoques e empurrando suas mercadorias da forma que puderem, especialmente países que têm preços arrasadores como a China."

Para Mercadante, os setores que necessitam de forma mais agressiva de inovação para o ganho de mercado estão: têxtil, calçados, couro e eletro-eletrônicos. "Temos sucesso nos setores como agronegócios, aviação e energia por conta da inovação tecnológica desses setores, então precisamos com urgência ampliar a tecnologia e agregar valores nas demais áreas brasileiras."

Para defender esses setores o ministro Pimentel afirmou que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) esta passando um pente fino nos produtos importados para que seja possível elevar os impostos de importação.

"Não é protecionismo, é defender o setor produtivo, como qualquer país faz, dentro das regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), ou seja, subiremos o imposto até no máximo 35%."

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