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“Apoiando as MPEs, o Sebrae contribui para o desenvolvimento regional

Cristiane Rebelato, gerente do Escritório Regional do Sebrae/SP em Guarulhos e Diretora da Agende anuncia a partir de junho parceria  com a Secretaria de Desenvolvimento  Econômico do Município para apoiar a adesão de trabalhadores informais ao Micro Empreendedor Individual (MEI).

Gisele Donato – Folha Metropolitana

Gerente regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) em Guarulhos e diretora da Agência de Desenvolvimento de Guarulhos (Agende), Cristiane Rebelato, 32 anos, é formada em ciências contábeis com MBA em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Atua há nove anos no Sebrae-SP, com experiência em Consultoria Empresarial à Micro e Pequenos Negócios, faz palestras sobre Planejamento Estratégico e Empreendedorismo, atua na Gestão e Desenvolvimento de Projetos Setoriais e Análises de Cenários com foco em Estratégias de Desenvolvimento Regional e Setorial.

Em entrevista exclusiva à Folha Metropolitana, ela comenta o universo das micro e pequenas empresas em Guarulhos e fala sobre a parceria do Sebrae com a Prefeitura para aumentar a adesão de trabalhadores informais no Micro Empreendedor Individual (MEI).

Folha Metropolitana - Guarulhos figura como terceira colocada entre as cidades brasileiras que mais geraram empregos no Estado de São Paulo. Os dados são do Caged e se referem ao primeiro bimestre de 2010. A cidade é conhecida por sua vocação industrial, há profissionais qualificados para essas vagas? Como o Sebrae atua nessa qualificação?

Cristiane Rebelato - GuaruIhos é reconhecida como cidade industrial, mas vale destacar que 98% desse universo são de micro e pequenas empresas (MPEs). As grandes funcionam como âncoras, fornecedoras para as MPEs. O Sebrae oferece treinamento, principalmente para empresários, mas realizamos capacitações para que os funcionários tenham a competência de empreendedor, tenham habilidade de buscar informações e definir metas. Normalmente, os empresários é que participam, mas, em alguns casos, a empresa manda um funcionário para a capacitação, que acaba aprendendo não só empreender para montar um negócio, mas para usar esse conhecimento em sua própria função.

FM - Atualmente, qual a principal característica que o mercado busca em um funcionário?
 CR - O mercado de trabalho busca o funcionário empreendedor. Hoje, o diferencial do trabalhador é a competência empreendedora. Durante nosso treinamento, ele terá a oportunidade e a capacidade de aplicar todos os conceitos. O curso é para montar um negócio, mas depois o conhecimento é absorvido pelo mercado. Por exemplo, um gerente com visão empreendedora é diferente, porque ele não vê apenas o processo, mas o cenário do mercado como um todo, isso faz com que ele se destaque entre os demais.

 FM - Existe um percentual de 27%das micro e pequenas empresas que fecham no primeiro ano de atividades no Estado de São Paulo, como estão esses números em Guarulhos e como o Sebrae regional atua para minimizar esse índice de mortalidade?
 CR- O Brasil é o país mais empreendedor do mundo. Só que o empreendedor brasileiro se motiva pela necessidade e não pela oportunidade. Normalmente, o que acontece é que o trabalhador fica desempregado ou entra em plano de demissão voluntária, pega o dinheiro e investe em um negócio, só que sem preparação anterior.

 FM - Qual o maior pecado cometido pelos médios e pequenos empreendedores? CR - A falta de planejamento é o maior pecado. A pessoa que quer montar um negócio deve definir com antecedência quanto vai investir. O ideal é que se tenha recurso financeiro próprio e não comece o negócio recorrendo às linhas de crédito. É importante também definir uma margem de lucro no início da atividade. Falta em nosso empresário destinar tempo para busca de informação e meios de planejar seu negócio. Muitos ficam preocupados em montar a estrutura física, porém esquecem do melhor, que é a informação, o conhecimento a ser adquirido. Não só em GuaruIhos, mas no Brasil todo, o que falta é planejamento.

 FM - Para evitar que o empreendedor faça parte desse índice de falta de planejamento, de que forma o Sebrae atua?

CR - Temos uma série de ferramentas, sensibilização para o planejamento e cerca de 99% dos cursos e consultoria são gratuitos. O Sebrae dá informações para que a idéia se torne realidade, e para que o empreendedor consiga ganhar dinheiro com ela. Orientamos para que ele visualize o cenário e o que deve fazer para vender mais. Por exemplo, fazendo uma compra bem feita, ele vai poder baixar o preço e aumentar o fluxo de vendas. O pensamento 'compro, vendo e pago' não funciona.
 FM - O ministro Carlos Lupi afirmou, durante divulgação de dados do Caged, que o mês de abril terá recorde em geração de empregos. Como o trabalhador pode se preparar para preencher essas vagas?

CR - Como empreendedor esse recorde é um leque que se abre, os empresários oferecem mais vagas e os empregados vão ter renda e, por consequencia,vão consumir mais. É um ciclo que aumenta o número de pessoas empregadas, o consumo e a renda. Se há mais consumo, as empresas vão abrir mais vagas, investir mais em seu negócio e o consumo da região aumenta. Apoiando as MPEs, o Sebrae contribui para o desenvolvimento regional. Esse é nosso principal foco.

FM - Segundo dados do Caged, foram criados, em março, no Brasil, 266.41 5 novas vagas. É o terceiro mês consecutivo de recorde de geração de empregos. Qual a sua opinião sobre esse momento de alta econômica?

CR – Este é um momento de oportunidade, Guarulhos se recuperou muito rápido, mesmo com a crise. É o momento de o Sebrae desenvolver as empresas em um nível mais avançado, incentivar as pessoas que estão no mercado. Orientar o empreendedor básico para que tenha um nível maior de informação, e que aumente  o número de empresas no mercado.

FM – Qual a estratégia do Sebrae para chamado micro-empreendedor individual? Existem parcerias que facilitem a adesão das pessoas a esse serviço?

CR – O Micro Empreendedor Individual (MEI) é um novo tipo de empresa. Só para se ter uma idéia, Guarulhos foi a primeira cidade a ter um MEI formalizado. Por exemplo, o vendedor de cachorro-quente pode se formalizar, ter um CNPJ e linha de crédito. Esse empreendedor não é mais o “Zé da Esquina”, ele é uma empresa com todo conceito de empresa.

Em relação às parcerias com foco no atendimento ao MEI, a partir de junho estaremos com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Guarulhos atendendo à região central e periférica da cidade. O empresário terá acesso a informações sobre como aderir e quais atividades estão previstas, por meio de atendimento realizado pelo Sebrae-SP com unidade móvel e, na sequência, caso tenha interesse e sua atividade seja permitida, poderá já realizar sua inscrição com os agentes da Secretaria que vão emitir na hora o registro com o seu número de CNPJ.




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