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Seres humanos e o conhecimento

Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico da AGENDE - Agência de Desenvolvimento e Inovação de Guarulhos

O ser humano é um ser vivo altamente evoluído. Nele, vários sistemas complexos desenvolvem relações de interdependência com alta funcionalidade entre si e com o ambiente.

Qualquer anomalia de um componente (a tireoide, por exemplo), irá afetar todo o equilíbrio de funcionamento, acarretando uma série de desvios no sistema.

Uma importante corrente teórica, talvez a mais efetiva para entender o conhecimento humano, é a biologia cognitiva. Ela tem como pressuposto entender o funcionamento dos processos do conhecimento baseado no desenvolvimento biológico do ser vivo, envolvendo os aspectos de aprendizado, autonomia, evolução e relações de interdependência.

Entende-se como fundamental o aspecto de autonomia na construção do conhecimento, com base nas relações e estímulos com o ambiente.

Para exemplificar, quando o organismo é invadido por um novo vírus (corpo), ele caracteriza o perigo, mobiliza os recursos e utiliza-se da experiência para combatê-lo.

O resultado desta ação gera uma nova inteligência, com a geração de anticorpos, que serão acionados de forma instantânea num contexto parecido.

De forma similar, o ser vivo quando é estimulado por uma dúvida, busca ativar a sua experiência para respondê-la, desencadeando processos que irão dotá-lo de novos conhecimentos, que estarão armazenados no sistema nervoso, formando sinapses. Estas podem ser entendidas como a manifestação física (neurológica) da inteligência.

O sistema nervoso é altamente complexo e responsável pelas decisões. Os estímulos que recebemos por meio dos nossos sentidos são interpretados nele e as ações que manifestamos são resultantes de suas atividades.

Dada a sua complexidade, a velocidade e fluidez das informações são essenciais para o seu perfeito funcionamento, envolvendo aspectos de alimentação e realimentação, ou seja, o retorno das ações, as quais são as estruturas básicas que provocam reflexões e irão gerar novas sinapses.

É importante frisar que as tentativas de reprodução deste engenhoso e complexo sistema em máquinas não alcançaram os resultados esperados, pelos estudiosos da conhecida inteligência artificial.

Os principais entraves situaram-se nos mecanismos de identificar e reproduzir ações a partir dos elementos de realimentação do sistema, fatores que envolvem aspectos psicológicos, tais como expectativas.

Surge o paradoxo: caso a inteligência humana fosse de fácil compreensão, seguramente o humano não iria conseguir entendê-la.





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