"Raríssimas são as instituições que conseguem alcançar 100 anos tão fortes."

O principal fato dessa semana é sem duvida alguma, o centésimo aniversário do Sport Clube Corinthians Paulista.
Os aspectos que tornaram o Corinthians o time de futebol mais importante do país, tem uma forte relação com a sua origem popular. Assim, como uma criança que deseja algo, o time surgiu da vontade de um conjunto de operários, cujo único recurso era a inspiração, fazendo justiça ao enunciado: originado na vontade do povo para a felicidade do povo,
O nome com raízes numa cidade bíblica foi originado de uma homenagem a grande equipe inglesa da época, o Corinthians Team. O preconceito da elite dominante no Futebol da época não suportava a idéia de que time formado por operários disputasse os campeonatos. A cada negativa aumentava-se o apelo popular ao time que acolhia negros, pobres, imigrantes e migrantes a cada vitória ou derrota milhares de torcedores incorporavam a magia do amor ao time.
A sociedade evoluiu e a imprensa foi dinamizada pelos instrumentos de tecnologia da informação e comunicação, com impactos no futebol. Saiu de cena a visão romântica emergindo a visão profissional, o esporte tornou-se “conteúdo valioso”.
O futebol virou sinônimo de negócios, fortunas envolvidas, investimentos globais, tornou-se imperativo profissionalizar a gestão e aproveitar o potencial dos grandes times com apelo de mídia, o marketing ganhou grande importância para o negócio do futebol.
Até mesmo países e cidades começaram a se associar e explorar a sua marca por meio do futebol, o exemplo mais marcante ocorre nos dois maiores times espanhóis, o Barcelona e o Real Madrid que recebem recursos dos respectivos governos (de forma indireta) para veicular e popularizar o nome de cidades, com grande impacto no Turismo.
Outros bons exemplos estão em Bueno Aires, onde a “La boca” é um importante ponto turístico, e em Milão, a cidade aproveita muito bem o fato de possuir duas grandes equipes, incrementando o comércio e compartilhando o mesmo estádio.
Especificamente no caso corintiano, o potencial de mobilização de massa e consumo é enorme. Parece que os dirigentes começam a tomar ciência disso, com ações mais ousadas em termos de produtos, e ações de estruturação como o Centro de treinamento, a campanha para atrair associados (70 mil) e o Novo Estádio.
O resultado é estrondoso, as vendas de produtos com a marca Corinthians é de longe a mais rentável do país, bem diferente da época em que se utilizou a marca de forma gratuita e sem retorno ao Clube.
Ademais, a magia é única e inexplicável: como explicar uma paixão, que chega de mansinho e se torna dominante, como explicar a vontade de sorrir quando os fatos da vida deveria nos fazer chorar, ou chorar quando o certo seria sorrir. Como explicar o pedido para que o tempo acelere para garantir uma vitória, ou que pare para permitir recuperar-se de uma derrota. Como explicar que a única certeza depois de um jogo é que no próximo a paixão pelo clube será maior, o resultado, ah o resultado é o que menos importa!
O bando de loucos racionaliza diferente, sabe que o maior campeonato é aquele que o Corinthians disputa; reconhece o craque, mas gosta com a mesma intensidade daquele que disputas as jogadas com a garra corinthiana; sabe que as partidas que o Corinthians disputa não são vencidas ou perdidas por gols, mas, pelas batidas do coração.
Em outras palavras, o que prevalece no autismo corinthiano é: Com rázon, o sin razón, el Corinthians tiene siempre razón.