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As próximas ondas na Indústria


Dr. Devanildo Damião

• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE

"Prototipação rápida e Manufatura aditiva."

A prototipação rápida ou manufatura aditiva consiste na tecnologia que permite a geração de protótipos fiéis aos modelos computacionais gerados em 3D.

Cabe uma pequena diferenciação nos dois termos, dado que se referem a diferentes fases na cadeia produtiva. A prototipagem é a fase relacionada ao ciclo inicial de desenvolvimento do produto. Pense numa dona de casa querendo testar a receita de salgadinhos para a festa de aniversário do filho, é viável que produza alguns antecipadamente para verificar a qualidade. Enquanto que a Manufatura consiste de um processo com aumento de escala, ou seja, a produção já é direcionada ao mercado consumidor após a análise de viabilidade (distribuição na festa).

Voltando ao  aspecto técnico, imagine uma impressora que permite obter,  em vez da folha impressa, um produto físico de algo que você desenhou no computador. A folha e a tinta convencionais são substituídas por pós-metálicos (materiais estruturantes), que irão compor o produto.

Pelo lado negativo, está o fato de que a tecnologia facilita a vida dos copiadores, pois as cópias aumentam numa progressão assustadora. Sobretudo, caso adicionemos a este processo as melhorias advindas nas tecnologias de escarnes em três dimensões. A trapaceira pega o objeto físico, faz o escaneamento para o computador e o reproduz na íntegra, ou com pequenas alterações, para uma impressora três dimensões.

O potencial desta tecnologia no ciclo de desenvolvimento de produtos é enorme, com efeitos sobre a curva de aprendizagem. Eliminam-se várias fases dos processos, sobretudo, as demoradas fases de usinagem e fundição de metais. Para se ter uma ideia, anteriormente, após o desenho, seria necessário projetar um equipamento com todos os componentes, produzi-los, simulá-los para observar a compatibilidade para fabricação do item especificado.

A protagonista desta tecnologia é a velha conhecida geometria, com a parceria dos sistemas de projetos CAD 3D. O desenho é particionado em camadas horizontais, cujas espessuras variam de acordo com as especificações, até o modelo ser completamente replicado por meio de processos aditivos em camadas sobrepostas, reproduzindo o modelo do computador.

A tendência é que a tecnologia seja apropriada pela manufatura aditiva e passe a ser gradativamente mais utilizada como parte dos processos produtivos de produtos finais à medida que atinja níveis melhores de qualidade (como precisão dimensional, acabamento, tolerâncias, dentre outras) e menores custos de produção, se aproximando mais dos custos hoje existentes na produção em altos volumes. Neste cenário, a indústria de transformação passará por uma revolução tão grande como aquelas oriundas dos conceitos da produção em massa.

Os americanos já perceberam o potencial desta revolução e o governo busca impulsionar a tecnologia, inclusive com parcerias com o MIT, GE e empresas de tecnologia da informação. Especialistas projetam o mercado de quase 11 bilhões de dólares na venda destas impressoras até 2021.




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