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Sinal amarelo para a indústria de Guarulhos

“O estoque de empregos no segmento perdeu mais de 4.100 vagas”

Dr. Devanildo Damião
• Mestre e Doutor em Gestão Tecnológica - USP
• Pesquisador do Núcleo PGT - USP
• Coordenador do Núcleo Acadêmico e do Núcleo do Pq Tecnológico da AGENDE


Analisando-se os últimos resultados da indústria de transformação em Guarulhos, a sensação é de grande apreensão, pois se identifica uma estagnação no que tange à evolução do número de vagas e, sobretudo, à perda da representatividade, quando comparada com a do Estado e do Brasil.

A geração de empregos na  cidade não está acompanhando o crescimento da população  economicamente ativa no município, e decaiu a partir de 2010. Em números absolutos, no período 2010-2012, o estoque de empregos no segmento perdeu  mais 4.100 vagas, e a oferta estimada com base na população economicamente ativa aumentou em 29.364 profissionais. O resultado é mais preocupante quando se observa que no Estado foram geradas, no período, 107.282 novas oportunidades (quase o total de empregos da indústria de transformação em Guarulhos), impactando a representatividade do segmento indústria de transformação nas ocupações.

Depreende-se, então, que existe uma migração de empregos e, por consequência, de elos da cadeia da indústria para outras cidades.

O subsetor que gera mais empregos na indústria de Guarulhos é a fabricação de peças e acessórios para veículos automotores. Observa-se que a sua evolução, de 2008 a 2012, foi de pouco mais de 1%, enquanto que no Estado a evolução foi de 6,58% e, no País, de 14,66% no mesmo período.

Primeiramente para zelar por tão valioso ativo (indústria), o poder público municipal deve conceber políticas públicas favoráveis e dispor de mecanismo inteligentes para a manutenção e ampliação dos segmentos considerados estratégicos. Essas políticas públicas atuarão como força centrífuga, compensatórias à tendência de dispersão pelas forças do mercado, que atua como atrator para novos polos de desenvolvimento tecnológico e de economias competitivas.

O contexto muda constantemente, compelindo para alterações no conjunto de normas e incentivos, com novas reavaliações e validações, dotando a cidade de competitividade.

No mesmo espectro, outro avanço, seria o de configurar uma lei de inovação, alinhada com os vértices do desenvolvimento econômico, configurados na academia, no tecido industrial e empresarial e na indução do poder público.

O segundo aspecto destacado é o não surgimento de novos setores na economia de Guarulhos. Esse fator é preocupante,  pois sinaliza uma grande perda de dinamismo.

A vantagem logística, que por muito tempo foi suficiente para atrair e desenvolver novos segmentos, tem se mostrado insuficiente. O aumento do movimento e o surgimento de centros logísticos de distribuição trouxeram o aumento do fluxo e diminuição dos espaços úteis para tráfego em nossas estradas, avenidas e rodovias.

Esse aspecto reforça a tese de que a cidade necessita de uma nova âncora para sinalizar e atrair novos investimentos produtivos.

O Parque Tecnológico tem esse potencial, pois se desenvolve com base na geração e apropriação de conhecimentos e tecnologias, capacitando pessoas e diminuindo a curva de aprendizagem e configurando um conjunto de externalidades de difícil substituição.




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